quarta-feira, 21 de setembro de 2011

As faces da virgem

Apenas uma mulher experiente pode e consegue parecer virgem a olhos outros.

Filha adotiva do mundo

"De que me vale ser filho da santa, melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta, tanta mentira, tanta força bruta."

Falar não é ser

Falar não é ser, falar não é sentir
Falar é falar, é despejar, é sentenciar
Verborragia que não dá frutos
Amor que não sustenta
e beijos que não têm gosto.

21/09/2011

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Normas da casa

O mais difícil da vida é obedecer às normas da casa.

De mim e para mim

Não, não tenho medo da morte. De vez em quando ela me parece mais digna e confortavel que esse cansaço quase que latente, esse sol de copacabana. Repouso meus pés pequenos e cansados sob o antigo sofá de meu avô. Bonito tecido. Vermelho floral. Pés bonitos, delicadamente desenhados, os tenho. Cansaço. A alma cansa. E também pesa. Viver não foi feito pros fracos. O que é ser fraco? E forte? Forças que brincam em uma gangorra?
Lembranças, quadros e imagens. Imaginação fluídica. Fecho os olhos e vejo apenas o que não existe. A realidade não é confortável. É cansativa, monótona. É irritante.
Todos os dias o sol nasce. E eu me pergunto: pra quem? Flores devem ser mais felizes. Quantas cores bonitas, sendo fake ou não, são cores belíssimas. Nós humanos apenas observamos, não somos. Não somos nada, nem nunca seremos. Fecho os olhos. Meus olhos pequeninos que brincam de ser grandes e só enxergo o invisível, aquilo que ninguém mais vê. Visualizo paz. Apenas paz, e não pais. Vejo pássaros que ensaiam vôos. Theodoro ensaiando seu primeiro vôo sob o olhar atento dos pais gaivotos. Mirando a imensidão do mar e do céu, Theodoro dá verdadeiro show da cambalhotas no espaço. Que beleza. Que falta de compromisso com a vida. Voar e ser feliz. Ele não está preso a gravidade alguma. não existem leis. A lei é ser feliz.  Ele é dono de si, de seu destino. Passado, presente e futuro. Theodoro ultrapassa a linha de chegada. Theodoro é mais. Theodoro é quase deus. Eu continuo aqui no sofá floral de meu avô. Não tenho amigos, não tenho amores. Brinco de amar, brinco de ser e brinco de existir. Existir é em vão. Nao gosto de ninguém. Me sinto cansada, arrasada, alma entorpecida. Todos os amigos que eu tinha me traíram, não reconheceram meu valor, me reduziram quase a pó. Barulhos demais pra nada. Palavras que não têm compromisso, xingamentos contra a parede? Facebook.
Tudo vale a pena quando a alma não é pequena. Minha alma ainda é grande. Vou à minha estante e pego meu livro bíblia: Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. Clarice Lispector é minha sacerdotisa pessoal. Não uma deusa, mas uma espécie de sacerdote-mãe. Ela teve coragem. Coragem pra pensar a vida e ser feliz até na infelicidade. Pequenos prazeres. Atingiu a imensidão e voltou. E voltou várias vezes e retornou.
A tenho no meu bolso.
Não gosto de punks, não gosto de álcool. Não gosto de niilismo gratuitos. Gosto de buscar sentidos até no que é indigno de compreensão. Sou pra poucos. Niilismo meu , de mim e para mim.
Os inimgos, podem se enfileirar e esperar a vez. Minha vida não foi feita para o ódio, nem para o amor. Foi feita para o prazer. Amor é para os fracos, ódio pior ainda.
E no fim eu ainda sou... amor.
Fim.

20/09/2011

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Dimensões dos meus sonhos

Os meus sonhos não são do tamanho do mundo
São do tamanho do meu desejo
tão egoistamente tracejados.
Nos meus sonhos há pouca luz
Não desejo muito, não quero muito.
Rejeito o excesso. No pouco habita a verdade,
a matiz e invisível. Me abstenho do fora e permaneço no dentro.

Cordão de prata

Abro a fechadura. Solto minha imaginação.
Permito que a voe pra longe, por entre espaços vazios.
Cordão de prata que vagueia. Pássaro louco que voa.
Bate na parede e volta ao seu eixo.
Me concentro  no ponto, no âmago, fonte central.
Azul turqueza ainda me traz conforto.
Volto no tempo. Indefinido.
Infância, tempos idos e também ausência.
Simbologias arcaicas, inconsciente, nuvens e tentativas.
Busco explicações, mas não acho, não entendo. Apenas
sinto e existo. E respiro.
O nada que é tudo, a ausência que se faz presente, a dor que vicia
e o erro permanente.

No vale da perversão

No vale da perversão
sou a boca que geme
a carne que treme
e a alma que se vende.
Corpos carnívoros que se entrelaçam,
instinto aflorado, desejo depurado.
Vozes além, razão aquém e nada mais.
Amém.

Alice inspirada
02/09/2011