terça-feira, 29 de novembro de 2011

Acid Jazz facebookiano

Designer, desenhista,mãe, escritora, cantora de chuveiro, adestradora de cães & gatos, fotógrafa meia-boca, polêmica por natureza e paqueradora nas horas vagas. 
(Alice Miranda acid jazz, babe) :)

Catástrofe

Catástrofe é meu nome escrito em borra de café amanhecido.

Rastro branco volátil.

Um dia quando ainda era Alice
no país de alguma coisa
decidi seguir um rastro
branco volátil.
Meti-me nas mais loucas aberrações
rurais e rochosas.
Engatinhei nos espermas
petrolíferos do deus inventado pelo
homem.
Descobri que eu era maravilha.
Surda, muda, engrandecida.
Virilhas selvagens de virgens
sem mães.
Julgaram-me pelas máscaras,
pois não sabiam de fato a rainha
adormecida no peito sangrento.
A selva de pedras era pouca,
apodrecida em meios baratos
de suculentas mentiras.
E eu tinha alma grande
a ponto de sonhar
com o Rio de Janeiro amanhecido,
o belo crepúsculo da minha vida.
O sol atrapalha o pensamento,
a verdade machuca o lince
de meus olhos.
A morte seguiu seu dono
a ponto de continuar
arbitrariamente
ensanguentada
e sentada a meu lado.

De tudo

Tive ódios que superaram a calma.
Tive líquidos para a telha avermelhada.
Do amor e outros demônios,
me esquivei a números cardinais,
arbitrariamente inventados por
uma dúzia endiabrada.
Tive ódio. Tanto ódio invisível
que o único a ouvir foi meu
santo de alguma cruzada napoleônica qualquer.
Bebi o último gole e saudei meus demônios
da garoa engrandecida.
Tive gatos pingados humanos, botas pretas
e uns trocados qualquer.
O ódio superou o amor. A dor tomou sua cor.
Retomei o timo, o relógio que não obedece
as horas
reais
nuas e cruas.

Você não valeu de nada. Dedico à mediocridade meu último gole de sabedorias chinesas, albuquerquinas, masoquistas e alpinistas.

24

Um dia emprestei minha alma e fui cobrada anos depois.
Esperam de mim o que eu já nem lembro mais de ter sido.
Esperaram gatos e tiveram lebres.
Quiseram risos e tiveram mijos.
Ora, eu, no alto dos meus 24,
trepada no alto do Edifício Master,
vos digo:
Tenho casa, comida e roupa lavada.
Eu canto pros surdos,
leio pros cegos e me regojiso
a estrófes atmosfericas.
Sento na rua, falo em voz alta,
furo a bunda em espetos
e quero mais é que se foda.
Minha vitrola canta pra mim.
Espeto de pau, burla burlada,
remédio que não remedia.
E sente a bunda
QUE LÁ VEM HISTÓRIA!

Mostra Livre de Artes

Mostra Livre de Artes.

Alberto encontrou Marly
que se apaixonou por Gerivaldo
que por sua vez não tinha ninguém.
Gerivaldo acanhado
entrou na ciranda das pedras surdas,
desenterrou seus ossos
e vistoriou os passaportes
da auditoria pública,
porém insensivelmente
pastosa.
Ano ante ano.
Dia após dia.
O vento que aqui sopra,
não é o mesmo vento
que aí pertuba.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Para mim

Se um dia um homem eu tiver vou querer que me trate
por senhora. Senhora de seus destinos.
Vou querer que me tema em dias de fúria
e vou querer que me ame em dias de deserto.
Tem que saber me amar com profundidade
kilometrica, ensaiando gestos de pequenas piscininhas.
Sou passarinha maluca, preciso de cuidados
quando o riso estanca, quando a boca arde.
Fogacidades métricas, azulejos envaidecidos.
Seja homem e seja meu. Brincar de amor
tenro e descontrolado.
Internet será proibida, politicagens também.
Homem que é meu é meu e da minha sombra,
do meu passado, presente e futuro.
Bicho ordenado, amores bastardos,
cataclismas amordaçados.
Namorei alguns. Nenhum me valeu de porra nenhuma.
Gosto do que não tenho. Desejo o que não existe.
Cobra mansa que dá no pé, percevejo amigo ateu.

Copacabana

Copacabana é um bairro sujo.
Velhas para todos os gostos.
Cassinos albuquerques imperiais.
Sinto frio nas costas, calor no rosto.
Amortecimento da pedrada
e um beck na minha mão.
Acredito na multiplicação da palavra.
Acredito no mar em dúvida.
Sinto falta do calor total,
e da rosa imperial.

Do que eu falo

Diante da vastidão de tantas mentiras compradas ainda querem
empurrar-me promoções medíocres.
Querem me ensinar o beabá com "dor" e com "sofrimento".
Cruel e insana já é a propria vida com prazo de validade,
dua e marcada.
Eu escrevo sobre belezas que só eu vejo, escrevo sobre rios
que transbordam em belezas naturais. Escrevo sobre o que eu gostaria de ver,
porque, sim, eu sei esperar. Tenho paciência.
Aguardo maliciosamente a minha vez.
Escrevo o que quero, o que sinto. Mercado pra peixe peixinho é.
Mãos de ferro que abrem a cortina do nada para vislumbrar
tanta merda e asfixia. Vamos falar de amor, de cactos do Norte,
de juventude transviada. Cada peixe no seu aquário.
Vamos rir e deitar na grama dos aflitos.
Não falo de merda, eu ouço merdas.
Um beijo sabor tutti-fruti mentolado para a dor do parto
que eu sinto ao ver-te passar.

Feroz ferocidade

Feroz ferocidade. Enfim e todavia o negro tornou-se branco.
O branco tornou-se riso. O vermelho avermelhou-se.
Tua obra vacinada a todas as atrocidades terrenas
queimou-se em capiais de lavanda seca.
Ora essa, não me venha com neologismos.
Palavra é fria e ditatorial. Soco em cara dura.
Força na peruca e flores por todo lado.
Cinema na boca da lata. Pouco que vira muito,
menos que vira mais. A paisagem é minha
comprada à vista, sem parcelamentos ou juros.
Eu sou eu. Não preciso de conselho outro.
Estatuetas bronzeadas de cano alto.
Faltou a parte que faz sentido e disso eu não me importo.
Só me importo com o que dá sorte, com o que tira
a morte. Beijo na fuça da brutalidade mórbida

Disfunção gramatical

Valha-me deus desta tua desonra constitucional.
Nada mais a temer que seja minha própria língua
em cortes vivos e hematomas reais.
Merda adulterada. Riso de boneca.
Vai vadiar na esquina do seu paraíso fiscal.
Sou mendingância elegante. Sou rainha dos dias frios
outonais. Chiqueza do chiqueiro da sua avó.
Galanteios na cinelândia.
Sou moça, Patrícia, da pátria.
Não aquela lá.
Essa aqui que usa lã em dias frios,
que come pelas beiradas e adora uma
disfunção gramatical.

Na beira da estante

Asfixiadamente troquei meu cavalo dourado
por uma gama de titanics furados.
Não passei do meridiano.
Não cheguei a porra nenhuma.
Marinheiros de merda. Risos catástróficos.
Mijo de rato. Cagou na beirada da cama.
Idiota vagabundo, o navio é meu.
MEU! A festa é minha e MINHA.
Quem paga sou eu.
Quem fode é a tua mãe.
Por fim,
me recolho à minha eterna desimportância
simulacra.

Sexologia

Se não fosse teu, seria meu.
Não sendo meu, me regojiso a esferas
nuas de meias-verdades e labirínticos
desejos. Carne trêmula.
Troco poesia por dinheiro,
troco sexo por amor.

Lapa-maki

Lapa, Lapa-maki, japonesidades à toda obra.
Olhos raio laser e trovão. Encontrei Doralinda
que não gosto. Não gosto dela. Enjoada. Escrota
e fétida. Alforria pra Nostradamus.
Vamos celebrar a estupidez! E falta de modos!
E a ganância. Troquei meu português por
meia dúzia de sushis.

E por fim o riso que vira mijo.

Câmbio

Câmbio numérico. Rosa dos ventos.
Geografia desconcentrada,
sordidez dos seus fios.
Tempo amortecido,
gandaia caída de pára-quedas.
Flor do asfalto,
ritmo, amor e valsa fina.
Daime risos. Daime.
Santo daime. Risos
Carnivoramente rejeito.
Pele, pêlo e derme.

A poesia

A escrita ultrapassa linhas de chegada,
ultrapassa margens filiadas a partidos diversos.
A escrita é esquizofrênica, a poesia é suja.
Suja como ratos amanhecidos no deserto úmido.
Sujeira ritmada. Coração descompassado.
Amor de latrina e latinhas ensurdecidas.

Português

Podem me emprestar o inglês, o alemão e o turco, o português continua sendo a lingua do futuro.

domingo, 27 de novembro de 2011

Segredo de manequim

Confiei meu mais secreto segredo de manequim a Sócrates adormecido.
Fugi pelas tabelas e adormeci frígida ao lado de Leopoldo.

O tempo

Um gafanhoto perguntou ao tempo quanto de tempo haveria dentro do próprio tempo.
O tempo pensativo respondeu que seu filho tempo não tinha tempo.
O gafanhoto pensativo deixou sua casa, família e terras em busca do tempo
que se separou dele mesmo. E descobriu no fim que ele era o próprio tempo.

Aos amigos

Haverá tempos melhores e haverá tempos piores.
Haverá gotas de orvalho em dias secos
assim como também haverá risos em dias nublados.
Haverá mais amor em terra de titãs
Haverá muito mais amor em mim.
Minha carne é da terra, meu coração do mar
e a cabeça dos ventos.
Vou embora e deixo meus rastros insalubres.

:)

Áriesgêmeosescorpião16041987hellporta:abridor:antenasEvolume.potencias.numericas123:::

sábado, 26 de novembro de 2011

[...]

Descobri que pra ser poeta é preciso mais, um pouco mais de ousadia e calor humano.
Descobri que falar por falar me levou à jaula dos leões.
Poeta que é poeta é o cara que chuta com vontade chutar, que beija com vontade de beijar.
Usar a fraqueza contra a força de uns é perda. Usa a força contra a fraqueza de outros é covardia. Ser poeta é ser bruxa, mãe, esposa, irmã, Lilith. É tentar dar conta a
té do que você não dá. Ser poeta é fingir alegria quando tudo o que você mais quer é se arrebentar inteira. Ser poeta é se orgulhar de cada erro seu e na boca escancarada da morte ainda ser capaz de sorrir.
Aturar choro da vizinhança não é pra mim, Alice. Pra você eu desejo algo que eu não sei o nome. Não brinco de amores. Brinco de verdades. Da verdade eu vim, nasci, morri e morrerei quantas vezes mais for preciso. Ser poeta é não temer nem o próprio espelho. É ser imbecil e ainda sim pintar a cara e rodopiar pelos quatro ventos da cidade. Amores comprados nunca me interessaram. Brincar de casinha não é pra mim. Ponto final. A ALEGRIA é pros que merecem e nada mais.

domingo, 13 de novembro de 2011

Ausência

Que os ventos do norte te guiem
toda vez que o mundo parecer um deserto
e não houver ninguém mais por perto.
Que a brisa marinha te acaricie a espinha
fazendo retomar a linha.
Que as chamas do inferno te alimentem a alma
quando simplesmente faltar a calma.
Que os cactos do caminho te perfurem a derme
quando quiser-te comer o verme.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Sobre áries

Áries me lembra campo, me lembra céu aberto,
inícios e cavalgadas rumo ao horizonte dos poetas.
Pertencer ao signo do carneiro é ter uma chama acesa no peito
que nunca se dá por satisfeita.
Tropeços e também caídas, novos recomeços.
Experimentações.
Vento que roça na face, amores elevados à décima potência.
Ser de áries á também ser dono de uma teimosa tenra.
É errar muitas vezes, dar murro em ponta de faca esperando sempre os
melhores resultados. É acreditar na vida, engatinhar no cosmos,
expulsar limites e pular cercados.
Ter nascido sob o primeiro zodiacal significa ser fogo puro,
contemplar o vazio e saltar rumo ao desconhecido.

Sons e palavras

Descobri que as palavras em mim pesam, em mim fazem eco.
Palavras são feitas de algum material que eu ainda desconheço.
Um dia quem sabe eu mapearei sua organização química e estrutural.
Palavras jogadas aos quatro ventos, jorradas como tintas em paredes
cruas em mim deixam marcas e simplesmente ecoam.
Palavras não passam, palavas permanecem.
Algumas são bonitas, sonoras e macias.
Métrica dos deuses.
Outras sao desconfortáveis,
cruéis e insanas.
Algumas acariciam, outras ferem.
Algumas trazem cor, outras trazem dor.
Algumas formam rimas, poemas,
outras apenas disritmia.
Viver mais do que dar a cara a tapa é também
ser expor a uma ventania de sons e palavras,
é funcionar como espelho para a vaidade de terceiros.
Mais do que isso é ser por um instante aquilo que não somos.
Eu sou justamente aquilo que ninguem vê,
sou o que as palavras esquecem de traduzir
e sou o que o tempo teima em destruir.