Descobri que as palavras em mim pesam, em mim fazem eco.
Palavras são feitas de algum material que eu ainda desconheço.
Um dia quem sabe eu mapearei sua organização química e estrutural.
Palavras jogadas aos quatro ventos, jorradas como tintas em paredes
cruas em mim deixam marcas e simplesmente ecoam.
Palavras não passam, palavas permanecem.
Algumas são bonitas, sonoras e macias.
Métrica dos deuses.
Outras sao desconfortáveis,
cruéis e insanas.
Algumas acariciam, outras ferem.
Algumas trazem cor, outras trazem dor.
Algumas formam rimas, poemas,
outras apenas disritmia.
Viver mais do que dar a cara a tapa é também
ser expor a uma ventania de sons e palavras,
é funcionar como espelho para a vaidade de terceiros.
Mais do que isso é ser por um instante aquilo que não somos.
Eu sou justamente aquilo que ninguem vê,
sou o que as palavras esquecem de traduzir
e sou o que o tempo teima em destruir.
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