Então esse Theo é mesmo um rebelde, penso eu mesma com meus botões.
Uma rebeldia terna, doce, que não agride, apenas encanta. A mim me encanta.
Sempre gostei do tipo rebelde, que foge à linha. Desde a época de minha primeira paixonitezinha platônica aos 13 anos quando me tornei quase completamente que obcecada por Michael, um tipinho praticamente vindo das trevas.
Sempre gostei do diferente. Até hoje o que foge minimamente do convencional me atrai. Não sei por quê, creio que talvez por inspirar autenticidade, coragem, um pouquinho de loucura, rebeldia mesmo.
Pego novamente meu ônibus de volta a minha casa. Vou observando a bela paisagem verde que se desenha a minha frente. Bela paisagem. Sol a pino, pássaros no céu, flores alaranjadas, fios de desejo. No caminho
vou lendo um livro de crônicas emprestado da biblioteca da escola e ao mesmo tempo
pensando em idéias para minha mais nova redação. Chego em casa, jogo todo o peso
de minha mochila na cama, pego uma xícara de suco de pêssego e então começo a matutar, rascunhar idéias
para a redação. Amor, paixão, amor à primeira vista? Sobre o que escrever?
Theo? Ah, Marianne, você está ficando louca, penso eu comigo mesma. Mal conheceu o cara e já está com ele na cabeça até na hora de escrever uma porra simples de uma redação. Mas que coisa.
Vou na minha estante de livros, seção esotérica, livros de magia, o poder da visualização mental.
Este é o ponto.Visualização mental ou como treinar sua mente para obter o que deseja. Acendo um incenso de baunilha e me concentro no assunto.
Sendo a mente algo não paupável, elastica, criação nossa e sendo a realidade um campo de possibilidades diversas, por quê não treinar nossos pensamentos a nosso favor? Cada pensamento possui uma vibração que irá atrair outras vibrações semelhantes. Aliás, isso me lembra coisas muito legais de um passado ainda mais remoto, quando eu tinha lá pra uns 8 anos e já me interessava por assuntos de ocultismo. Logico que eu nao possuía tanto conhecimento assim, mas gostava de brincar de conversar com o nada, de pedir, imaginar. Acreditava que tinha um amigo invisível chamado James. Conversavamos sobre tudo, eu o perguntava sobre coisas do meu futuro, conversavamos sobre o tempo e outras coisas que eu não consigo mais me lembrar. Até o dia em que minha mãe me pegou conversando sozinha e seriamente preocupada resolveu procurar um psicologo. E lembro até hoje, no alto dos meus quase 50 anos, do dia em que eu encontrei um album de figurinhas que estava simplesmente desejando muito. Pensei com tanta força naquele maldito album que na mesma semana encontrei um jogado na rua, cheio de pacotinhos fechados de figurinhas. Coincidência ou não, aquilo me fez pensar sobre o poder de meus pensamentos. Creio que quando queremos muito alguma coisa, nosso inconsciente nos leva a caminhos que facilitem a realização do desejo, talvez como pequenas pistas, atalhos, Enfim. Temos todas as respostas que precisamos, basta ter um pouco de ousadia e espirito de aventura pra descobri-las. Somos possibilidades muitas, desdobramentos múltiplos, pulinhos no infinito. Eis a melhor definição que eu encontrei sobre a alma humana.
O fato é que eu passei aquela tarde inteira lendo sobre poder da visualização, sobre saber desejar, com alma, corpo e coração. E aquela aura de luz que tanto me chamara atenção no bar, ainda me acompanhava em pensamentos. Adormeci e não fiz a minha redação da escola. Acordei com minha mãe me chamando para o jantar. Preparara mais uma de suas sopas de legumes sem graça e sem sal. Da educação natureba, herdei alguns costumes.
A semana passou num piscar de olhos. .
Alguma coisa começava a mudar em mim e eu sequer tinha desconfianças. Começava a mudar gradativamente meus interesses, minhas leituras. Me sentia mais mulher. De fruto verde a fruto maduro.
2 semanas se passaram. Novamente sexta-feira. Lua nova. Novo corte de cabelo. Novamente rua, música, amigos, cervejas.
Qual não foi minha surpresa ao avistar distraidamente Theo e o grupinho da filosofia se aproximando? Faltaram palavras, um frio na barriga, adrenalina, pernas bambas e um sorrisinho amarelo.
Theo vestia um jeans claro com uma aparência de velho e rasgado, uma camiseta branca, uma bota e cabelo bagunçado.
sexta-feira, 15 de julho de 2011
quarta-feira, 13 de julho de 2011
De Marianne para Theo ou Ensaio de um verdadeiro amor
Quando parece que tudo foi feito pra cansar e pra perder, eu sei que ainda tenho você. Perdido no tempo, no espaço, não mais do meu lado , mas sensação tua ainda se faz presente a cada novo dia. É como se você fosse uma parte boa de mim ,o chocolate mais doce da caixa. Meu passatempo preferido.
Fecho os olhos e apenas sorrio. Só lembro de coisas boas, de todo o legado que me deixou, todos os momento belos que apenas eu poderia viver ao teu lado, mais ninguém. Momentos doces, momentos de integral devoção. Sinto gratidão. Nunca poderia esquecer os mais belos olhos que já me sorriram em ato de dar amor e de não pedir nada em troca, de me fazer rir por horas a fio, de bobeira.
Éramos adolescentes. Vivendo o auge de nossas turbulentas emoções. períodos conflituosos, porém tínhamos sempre um ao outro. Uma brecha no tempo pra brincar de faz de contas, onde tudo é colorido e belo e permitido. Não era preciso pedir nem cobrar nada. A fidelidade era total, a recíproca verdadeira e o prazer descomunal. Descobrimos muitas coisas juntos. Aprendemos muito. E principalmente dividimos nosso melhor, um com o outro. Amizade transparente, amor em escala crescente.
Pego minha foto preferida sua, escondida debaixo do colchão mais velho e fedido da casa. Cheiro de mofo. Sorrio com ternura. Admiro cada traço de teu rosto, os olhos mansos, o sorriso tímido e por vezes sacana, quando soltava uma de suas gargalhadas alta e estridente. Teu carisma ainda consegue me emocionar.
A emoção chega novamente, como a maré. Ondas que vêm e se vão. Aprendi a lidar com elas. A cada nova onda que me chega, apenas aceito e mergulho a cabeça. Faz parte.
Ás vezes me faço perguntas, perguntas demais que creio eu ninguém saberia responder. Talvez até por não haver respostas. Nem deus, nem cartas, nem Freud, nem eu mesma. Fatos são fatos e acontecimentos são acontecimentos, e o fato é que te amei e te tive em minha vida, como um presente. Um presentinho que me arrancava risadas e me protegia da solidão
Fecho os olhos novamente, volto no tempo. Tardes ensolaradas a dois, tempo que passava preguiçosa e arrastadamente. Beatles, biscoitos, amoras no quintal.
Que saudade. Saudade de tudo que vivemos, do nosso amor, das minhas neuroses nada fundamentadas, das suas enchecões de saco e pequenas implicâncias. A gente se gostava e até hoje venho por meio desta humilde carta, deste livro que tento escrever, falar de você. Não só agradecer o imensa honra e sabor de ter tido você em minha vida, mas também pra compatilhar com os outros a pessoa que voce foi. Por orgulho e vaidade. Também pra dizer que você foi meu e que você foi e é lindo e de como me sinto novamente uma adolescente ao reviver tempos que não voltam mais, mas que ainda se fazem presentes. O que realmente importa o que realmente significa, não se perde. Deixa marcas no universo, se torna clássico.
Eu era uma menina. Uma menina comum. Vivia quase que intensamente a adolescencia de uma menina dos anos setenta. Ia fazer 18 anos e estava no ultimo ano da escola, pensando em prestar vestibular pra Letras. Gostava de ler, de escrever, era uma boa aluna em redação. Era apenas mais uma beatlemaníaca. Ouvir beatles era mais do que terapia, era religião. Tive meus momentos de rebeldia, de impaciencia com o mundo, de contestação, loucura solitária.
De vez em quando gostava de me vestir de preto, acendia velas no meu quarto e gostava de imaginar como seria melhor minha vida se eu tivesse poderes mágicos. Lia livros e achava que entendia de magia ou qualquer outra besteira. Rascunhava algumas coisas, queria ser escritora e meus textos até recebiam alguns elogios.
E eu vivia uma vida normal, tinha sonhos. E um dia o amor bateu à minha porta.
Engraçado que até hoje há pessoas que acreditam em alma gemea. Eu não acredito e nem nunca acreditei. Vivi o maior amor de todos os tempos, desde Romeo e Julieta até John e Yoko, e continuo achando besteira. Eu e Theo não fomos almas gemeas, fomos almas companheiras, amigos acima de tudo. A idealização do amor romântico acaba por pôr tudo a perder. Perde-se tempo em devaneios, em sonhos altos e nada concretos, em crises que não levam a nada. Relações são construídas aos poucos. Não existem caminhos, nem receitas. Criação mental.Algo próximo disso. Amizade e também respeito e também afinidades. Afinidade, sim, eu concodo , não se encontra em qualquer lugar, nem qualquer esquina.
Enfim. O amor me bateu a porta quase que literalmente e eu o aceitei.
Talismã da sorte. Preciosidade maior.
Era uma tarde de sexta-feira. A aula acabara mais cedo e então voltara pra casa.
Alguma excitação me tomou, sem eu saber exatamente como nem porquê.
Estava animada, afinal de contas sexta-feira é dia de sair, de varar madrugadas, beber cerveja e rir ao luar. Falar besteiras , chegar em casa fedendo a álcool e cigarros.
A lua estava cheia e bonita. Sendo eu uma típica canceriana sonhadora, sentia com alguma frequência a influência dela, a lua, em mim. Vivia de ciclos emocionais. Quando ela se encontra cheia até hoje me sinto mais agitada, mais faminta, como uma pequena loba louca buscando divertimentos.
Agora me veio uma neurose, devo compartilhá-la. Não sendo eu a maior escritora do mundo. talvez seja útil e necessário abrir pequenas brechas no andar do texto para que eu possa respirar, e explicar e conversar com você leitor que tem curiosidade em saber um pouco da minha vida.. e do amor mais lindo que eu já vivi. Quero dar ênfase a toda aquela emoção vivida, pois ela ainda é presente, ela ainda é forte. Eu a sinto agora. O amor é meu companheiro e não cabe no bolso. Quero escrever, compartilhar, enfeitar, quem sabe até aumentar.
Não quero parecer uma adolescente boba. Não sou mais. Nem quero que o meu relato do meu grande amor soe piegas, nem que perca sua importância ou respeito por parecer adolescente demais. Não fui adolescente demais. Fui adulta demais, corajosa demais. E é sempre bom nos vangloriar dos nossos feitos. E pra mim hoje, reescrever meu grande amor é experiência doce e açucarada. Meus olhos retomam o brilho e me sinto prosa. Pra quem não acredita no amor, se quebrou em mil pedacinhos ou ainda não encontrou a pessoa certa só tenho algo a dizer: para cada corpo há uma sombra. O amor não nos deixa na mão. Continue acreditando.
E então voltando.. Eu era adolescente e conheci Theo na noite daquela sexta-feira. Encontrei meus amigos na rua, como era costume todo fim de semana. A lua estava especialmente bonita, a harmonia era notável.
Os anos eram 70 e vivíamos uma efervescência cultural, muita música, muito rock e experimentações, buscas sem fim.
Uma pequena banda de jazz da cidade tocava como pano de fundo. Entrei no bar para pegar um cigarro quando avistei Theo pela primeira vez. O rosto me pareceu familiar. Estava bastante entretido com um pequeno grupo, discutiam filosofia, falavam alto e ele gesticulava demais. Senti uma aura de rebeldia ao mesmo tempo que um toque artístico. Uma aura de luz que irradia carisma, charme e virilidade. Minha atenção foi tomada por alguns segundos e eu não sei bem porquê. Não sei se os cabelos claros que reluziam luz, se o tom de voz meio rouco ou sua capacidade de se tornar centro das atenções. Ah os olhos.. como não comentar? Olhos claros, pequenos e rasgados..
Peguei meu cigarro e fui em direção ao banheiro.
Enquanto esperava mnha vez na fila, notei alguns olhares dele em para mim. Senti seu olhar em minha direção como um raio de luz energetico tentando adentrar um terreno desconhecido. Mera curiosidade. Quando notou meu olhar retribuindo proporcionalmente a mesma curiosidade, voltou sua atenção ao pequeno grupo que discutia filosofia. Olhando com mais atenção notei que na rodinha estava nada mais nada menos que Davi, um colega de escola muito do chato. A conversa parecia interessante, no entanto achei tudo bobo demais.De repente de filosofia, pularam para movimento punk. Pura gastação verborrágica.
No jukebox ao lado tocava Love me Do e eu saí do bar. Fui encontrar Karla e Katarina do lado de fora.
Encontrar minhas amigas era sempre um momento de alegria, prazer e contentamento. Com algumas outras meninas da escola eu nao tinha muita simpatia. Não gostavam muito de mim e nem eu fazia questao de agrada-las. Ter fama de antipática com um certo grupo de pessoas tinha lá suas vantagens e eu gostava disso. Tinha meu mundo particular, muito bem inventado, muito bem decorado, com muito bom gosto e lirismo. Sabia escolher muito bem minhas amizades. Karla e Katarina eram as melhores. Nos divertiamos muito sempre e sair com elas às sextas feiras já era quase que obrigação. É claro que não eram minhas únicas amigas e é claro que sempre que saíamos acabavamos encontrando outras pessoas que se agregavam à nossa roda de meninas doidas e quando bêbadas, desbocadas... porém quanto àquelas meninas da escola, num geral, eu ainda mantinha um certo distancimanto e ar de antipatia e frieza, e quem sabe até de superioridade.
Esta foi apenas mais um sexta-feira, comum, cíclica. Porém foi o dia que avistei pela primeira vez o Theo. Viver em cidade pequenas tem seus prós. Creio já ter o visto outras vezes, porém está foi a primeira vez que reparei mesmo nele com atenção plena e interesse. Olhos de perspicácia.
Um sentimento estranho então começou a brotar em mim. Aquela imagem no bar não me saía da cabeça. Foi então que passei a dormir e acordar com Theo em meus pensamentos, com certa frequência. Um sentimento de ternura tomara conta de mim, preocupação, proteção e encantamento.
Desejo. Eu não sabia o que queria, nunca havia vivido uma relação verdadeira com outro , mas sabia o que desejava. E continuava desejando aqueles olhos tão únicos, sem mesmo entender absolutamente a origem do desejo. Um pouco de filosofia nessas horas cai bem.
Cheguei a comentar por alto minha mais nova fixação com Karla. E foi então que ouvi alguns comentários de desaprovação:
A Maria conhece esse cara. Não me falou coisas lá muito legais. Rebeldia é seu nome. Estuda filosofia em outra cidade, mas sempre vem pra cá. Acho que a mãe mora aqui.
Um dia voltando sozinha da escola, quase chegando ao ponto de ônibus, me deparo com uma escrita em vermelho, uma pichação no muro. "Theo Peter Jones" e "Marginais extrapolam espaços e escrevem muito".
Fecho os olhos e apenas sorrio. Só lembro de coisas boas, de todo o legado que me deixou, todos os momento belos que apenas eu poderia viver ao teu lado, mais ninguém. Momentos doces, momentos de integral devoção. Sinto gratidão. Nunca poderia esquecer os mais belos olhos que já me sorriram em ato de dar amor e de não pedir nada em troca, de me fazer rir por horas a fio, de bobeira.
Éramos adolescentes. Vivendo o auge de nossas turbulentas emoções. períodos conflituosos, porém tínhamos sempre um ao outro. Uma brecha no tempo pra brincar de faz de contas, onde tudo é colorido e belo e permitido. Não era preciso pedir nem cobrar nada. A fidelidade era total, a recíproca verdadeira e o prazer descomunal. Descobrimos muitas coisas juntos. Aprendemos muito. E principalmente dividimos nosso melhor, um com o outro. Amizade transparente, amor em escala crescente.
Pego minha foto preferida sua, escondida debaixo do colchão mais velho e fedido da casa. Cheiro de mofo. Sorrio com ternura. Admiro cada traço de teu rosto, os olhos mansos, o sorriso tímido e por vezes sacana, quando soltava uma de suas gargalhadas alta e estridente. Teu carisma ainda consegue me emocionar.
A emoção chega novamente, como a maré. Ondas que vêm e se vão. Aprendi a lidar com elas. A cada nova onda que me chega, apenas aceito e mergulho a cabeça. Faz parte.
Ás vezes me faço perguntas, perguntas demais que creio eu ninguém saberia responder. Talvez até por não haver respostas. Nem deus, nem cartas, nem Freud, nem eu mesma. Fatos são fatos e acontecimentos são acontecimentos, e o fato é que te amei e te tive em minha vida, como um presente. Um presentinho que me arrancava risadas e me protegia da solidão
Fecho os olhos novamente, volto no tempo. Tardes ensolaradas a dois, tempo que passava preguiçosa e arrastadamente. Beatles, biscoitos, amoras no quintal.
Que saudade. Saudade de tudo que vivemos, do nosso amor, das minhas neuroses nada fundamentadas, das suas enchecões de saco e pequenas implicâncias. A gente se gostava e até hoje venho por meio desta humilde carta, deste livro que tento escrever, falar de você. Não só agradecer o imensa honra e sabor de ter tido você em minha vida, mas também pra compatilhar com os outros a pessoa que voce foi. Por orgulho e vaidade. Também pra dizer que você foi meu e que você foi e é lindo e de como me sinto novamente uma adolescente ao reviver tempos que não voltam mais, mas que ainda se fazem presentes. O que realmente importa o que realmente significa, não se perde. Deixa marcas no universo, se torna clássico.
Eu era uma menina. Uma menina comum. Vivia quase que intensamente a adolescencia de uma menina dos anos setenta. Ia fazer 18 anos e estava no ultimo ano da escola, pensando em prestar vestibular pra Letras. Gostava de ler, de escrever, era uma boa aluna em redação. Era apenas mais uma beatlemaníaca. Ouvir beatles era mais do que terapia, era religião. Tive meus momentos de rebeldia, de impaciencia com o mundo, de contestação, loucura solitária.
De vez em quando gostava de me vestir de preto, acendia velas no meu quarto e gostava de imaginar como seria melhor minha vida se eu tivesse poderes mágicos. Lia livros e achava que entendia de magia ou qualquer outra besteira. Rascunhava algumas coisas, queria ser escritora e meus textos até recebiam alguns elogios.
E eu vivia uma vida normal, tinha sonhos. E um dia o amor bateu à minha porta.
Engraçado que até hoje há pessoas que acreditam em alma gemea. Eu não acredito e nem nunca acreditei. Vivi o maior amor de todos os tempos, desde Romeo e Julieta até John e Yoko, e continuo achando besteira. Eu e Theo não fomos almas gemeas, fomos almas companheiras, amigos acima de tudo. A idealização do amor romântico acaba por pôr tudo a perder. Perde-se tempo em devaneios, em sonhos altos e nada concretos, em crises que não levam a nada. Relações são construídas aos poucos. Não existem caminhos, nem receitas. Criação mental.Algo próximo disso. Amizade e também respeito e também afinidades. Afinidade, sim, eu concodo , não se encontra em qualquer lugar, nem qualquer esquina.
Enfim. O amor me bateu a porta quase que literalmente e eu o aceitei.
Talismã da sorte. Preciosidade maior.
Era uma tarde de sexta-feira. A aula acabara mais cedo e então voltara pra casa.
Alguma excitação me tomou, sem eu saber exatamente como nem porquê.
Estava animada, afinal de contas sexta-feira é dia de sair, de varar madrugadas, beber cerveja e rir ao luar. Falar besteiras , chegar em casa fedendo a álcool e cigarros.
A lua estava cheia e bonita. Sendo eu uma típica canceriana sonhadora, sentia com alguma frequência a influência dela, a lua, em mim. Vivia de ciclos emocionais. Quando ela se encontra cheia até hoje me sinto mais agitada, mais faminta, como uma pequena loba louca buscando divertimentos.
Agora me veio uma neurose, devo compartilhá-la. Não sendo eu a maior escritora do mundo. talvez seja útil e necessário abrir pequenas brechas no andar do texto para que eu possa respirar, e explicar e conversar com você leitor que tem curiosidade em saber um pouco da minha vida.. e do amor mais lindo que eu já vivi. Quero dar ênfase a toda aquela emoção vivida, pois ela ainda é presente, ela ainda é forte. Eu a sinto agora. O amor é meu companheiro e não cabe no bolso. Quero escrever, compartilhar, enfeitar, quem sabe até aumentar.
Não quero parecer uma adolescente boba. Não sou mais. Nem quero que o meu relato do meu grande amor soe piegas, nem que perca sua importância ou respeito por parecer adolescente demais. Não fui adolescente demais. Fui adulta demais, corajosa demais. E é sempre bom nos vangloriar dos nossos feitos. E pra mim hoje, reescrever meu grande amor é experiência doce e açucarada. Meus olhos retomam o brilho e me sinto prosa. Pra quem não acredita no amor, se quebrou em mil pedacinhos ou ainda não encontrou a pessoa certa só tenho algo a dizer: para cada corpo há uma sombra. O amor não nos deixa na mão. Continue acreditando.
E então voltando.. Eu era adolescente e conheci Theo na noite daquela sexta-feira. Encontrei meus amigos na rua, como era costume todo fim de semana. A lua estava especialmente bonita, a harmonia era notável.
Os anos eram 70 e vivíamos uma efervescência cultural, muita música, muito rock e experimentações, buscas sem fim.
Uma pequena banda de jazz da cidade tocava como pano de fundo. Entrei no bar para pegar um cigarro quando avistei Theo pela primeira vez. O rosto me pareceu familiar. Estava bastante entretido com um pequeno grupo, discutiam filosofia, falavam alto e ele gesticulava demais. Senti uma aura de rebeldia ao mesmo tempo que um toque artístico. Uma aura de luz que irradia carisma, charme e virilidade. Minha atenção foi tomada por alguns segundos e eu não sei bem porquê. Não sei se os cabelos claros que reluziam luz, se o tom de voz meio rouco ou sua capacidade de se tornar centro das atenções. Ah os olhos.. como não comentar? Olhos claros, pequenos e rasgados..
Peguei meu cigarro e fui em direção ao banheiro.
Enquanto esperava mnha vez na fila, notei alguns olhares dele em para mim. Senti seu olhar em minha direção como um raio de luz energetico tentando adentrar um terreno desconhecido. Mera curiosidade. Quando notou meu olhar retribuindo proporcionalmente a mesma curiosidade, voltou sua atenção ao pequeno grupo que discutia filosofia. Olhando com mais atenção notei que na rodinha estava nada mais nada menos que Davi, um colega de escola muito do chato. A conversa parecia interessante, no entanto achei tudo bobo demais.De repente de filosofia, pularam para movimento punk. Pura gastação verborrágica.
No jukebox ao lado tocava Love me Do e eu saí do bar. Fui encontrar Karla e Katarina do lado de fora.
Encontrar minhas amigas era sempre um momento de alegria, prazer e contentamento. Com algumas outras meninas da escola eu nao tinha muita simpatia. Não gostavam muito de mim e nem eu fazia questao de agrada-las. Ter fama de antipática com um certo grupo de pessoas tinha lá suas vantagens e eu gostava disso. Tinha meu mundo particular, muito bem inventado, muito bem decorado, com muito bom gosto e lirismo. Sabia escolher muito bem minhas amizades. Karla e Katarina eram as melhores. Nos divertiamos muito sempre e sair com elas às sextas feiras já era quase que obrigação. É claro que não eram minhas únicas amigas e é claro que sempre que saíamos acabavamos encontrando outras pessoas que se agregavam à nossa roda de meninas doidas e quando bêbadas, desbocadas... porém quanto àquelas meninas da escola, num geral, eu ainda mantinha um certo distancimanto e ar de antipatia e frieza, e quem sabe até de superioridade.
Esta foi apenas mais um sexta-feira, comum, cíclica. Porém foi o dia que avistei pela primeira vez o Theo. Viver em cidade pequenas tem seus prós. Creio já ter o visto outras vezes, porém está foi a primeira vez que reparei mesmo nele com atenção plena e interesse. Olhos de perspicácia.
Um sentimento estranho então começou a brotar em mim. Aquela imagem no bar não me saía da cabeça. Foi então que passei a dormir e acordar com Theo em meus pensamentos, com certa frequência. Um sentimento de ternura tomara conta de mim, preocupação, proteção e encantamento.
Desejo. Eu não sabia o que queria, nunca havia vivido uma relação verdadeira com outro , mas sabia o que desejava. E continuava desejando aqueles olhos tão únicos, sem mesmo entender absolutamente a origem do desejo. Um pouco de filosofia nessas horas cai bem.
Cheguei a comentar por alto minha mais nova fixação com Karla. E foi então que ouvi alguns comentários de desaprovação:
A Maria conhece esse cara. Não me falou coisas lá muito legais. Rebeldia é seu nome. Estuda filosofia em outra cidade, mas sempre vem pra cá. Acho que a mãe mora aqui.
Um dia voltando sozinha da escola, quase chegando ao ponto de ônibus, me deparo com uma escrita em vermelho, uma pichação no muro. "Theo Peter Jones" e "Marginais extrapolam espaços e escrevem muito".
Começo de uma nova era
Para tantos acontecimentos nao há mais julgamentos
Apenas aprendizagem,
Observação quieta e gelada
Uma roda de eventos bons e maus,
positivos e cruéis.
Não brinco mais de boneca
Não dou mole por aí
Fechei meus círculos, fechei portas
Ninguém mais entrará
Se não está comigo, também não precisa mais
Se nunca esteve, adeus
Começo de uma nova era
Recrio minhas verdades, solto meus pássaros
e tranco minhas portas
Portas fechadas. Não mais entrarás.
Apenas aprendizagem,
Observação quieta e gelada
Uma roda de eventos bons e maus,
positivos e cruéis.
Não brinco mais de boneca
Não dou mole por aí
Fechei meus círculos, fechei portas
Ninguém mais entrará
Se não está comigo, também não precisa mais
Se nunca esteve, adeus
Começo de uma nova era
Recrio minhas verdades, solto meus pássaros
e tranco minhas portas
Portas fechadas. Não mais entrarás.
♥
terça-feira, 12 de julho de 2011
Virgindade
Sou ainda menina virgem
que brinca de ser mulher
Por entre frestas e buracos te examino
Percorro teu corpo maduro
Braços, pernas e pêlos
Quantos arrepios
Toques suaves
Líquidos e salivas e gostos bons
Desejo
O relógio marca meia-noite
Hora das bruxas
A bruxa sai à caça, gato preto dá cambalhotas
Volto a ti, te devoro com ar matriarcal
Mão na mão, pele na pele
Penetração e dor
Hímem, sangue, prazer
Um ensaio de um pequeno orgasmo
Movimentos rítmicos
Respiração contínua
Prazer.
Muito prazer.
Obrigada
Agora sou mais mulher
que brinca de ser mulher
Por entre frestas e buracos te examino
Percorro teu corpo maduro
Braços, pernas e pêlos
Quantos arrepios
Toques suaves
Líquidos e salivas e gostos bons
Desejo
O relógio marca meia-noite
Hora das bruxas
A bruxa sai à caça, gato preto dá cambalhotas
Volto a ti, te devoro com ar matriarcal
Mão na mão, pele na pele
Penetração e dor
Hímem, sangue, prazer
Um ensaio de um pequeno orgasmo
Movimentos rítmicos
Respiração contínua
Prazer.
Muito prazer.
Obrigada
Agora sou mais mulher
♥
segunda-feira, 11 de julho de 2011
[...]
" Existe uma raça de homens que não se adapta, Uma raça incapaz de sossegar; Por isso partem os corações de amigos e parentes; E andam pelo mundo afora ao deus-dará. Atravessam os campos e as enchentes, e sobem a crista das montanhas; Neles atua a maldição do sangue cigano, e não sabem como descansar. Se andassem em linha reta podiam chegar longe; São fortes e destemidos e sinceros; Mas estão sempre cansados do que existe, e desejam o estranho e o novo"
(Truman Capote)
(Truman Capote)
♥
domingo, 10 de julho de 2011
Papo reto
De ti desejo apenas a verdade, o louvável, o etéreo
Conte-me tudo
Quantos caminhos já percorrestes sozinho, a pé.
Quantas porradas já levastes da vida
Quantos amores desperdiçados já vivestes
e quanto cacos já te cortaram a alma
Quanto de homem já foi, quanto de moleque já teimou em ser
O que me importa é você, sua alma e teus negócios
O que diz respeito apenas ao que te diz respeito
Conversa reta, diálogos em paralelos
Línguas que se entrelaçam
Tua força desejo conhecer
Quantos monstros te habitam
Quantos dragões em ti cospem fogos
Quantas azias te queimam o estômago
e quanto de verdade ainda tens
Força. Desejo força.
Gosto de homem. Braços que me entrelacem
Calor que me acalente
Amor que me sustente
Conte-me tudo
Quantos caminhos já percorrestes sozinho, a pé.
Quantas porradas já levastes da vida
Quantos amores desperdiçados já vivestes
e quanto cacos já te cortaram a alma
Quanto de homem já foi, quanto de moleque já teimou em ser
O que me importa é você, sua alma e teus negócios
O que diz respeito apenas ao que te diz respeito
Conversa reta, diálogos em paralelos
Línguas que se entrelaçam
Tua força desejo conhecer
Quantos monstros te habitam
Quantos dragões em ti cospem fogos
Quantas azias te queimam o estômago
e quanto de verdade ainda tens
Força. Desejo força.
Gosto de homem. Braços que me entrelacem
Calor que me acalente
Amor que me sustente
♥
Visualização de um espaço
Frases soltas, sentido e não-sentido, tinta preta, escuridão, frio, música, Nirvana... Corações partidos e ao chão.. Vermelho!
♥
O eu no todo
Que seremos nós senão algum tipo de acidente cósmico?
Experimentações alquímicas de uma inteligência suprema?
O caos parece desordenado, porém dentro de tanta desordem, há também alguma ordem que
a tudo ordena.
Dança magnética.
Somos diferentes, somos muitos, porém somos todos parte de um mesmo todo, um útero
universal e generoso. Que tudo dá e pouco espera.
Somos parecidos.
Navegar é preciso, estender as mãos também.
Uma mão lava a outra.
Que será de mim sem você e vice-versa?
Voltando à minha individualidade, ao meu eu apenas meu e de mais ninguém, me pergunto quem sou eu.
Quem sou eu?
Na melhor das hipóteses, sou um pouco do todo, de tudo, uma alma que também sabe ser bonita,
que procura se enfeitar e distribuir flores aos navegantes.
Sou um gato curioso, que se enfia em becos sem saída, que busca brechas
pra espiar o alheio. Pequenas fechaduras, olhares e alguns tapas que recebo.
A curiosidade não matou o gato, mas deixou algumas marcas.
Volto a mim mesma.
Sou um prisma que recebe luz e a decompõe. Cores da magia.
Sou um jogo de espelhos. Reflito sempre a mim mesma.
Sou eco e escuro. Eterna solidão em busca de companhias e interações.
Sei dançar, sei apreciar o externo, sei sorrir e agradar, porém continuo sendo vazio
sendo apenas eu e eco, e infinito e solidão.
Experimentações alquímicas de uma inteligência suprema?
O caos parece desordenado, porém dentro de tanta desordem, há também alguma ordem que
a tudo ordena.
Dança magnética.
Somos diferentes, somos muitos, porém somos todos parte de um mesmo todo, um útero
universal e generoso. Que tudo dá e pouco espera.
Somos parecidos.
Navegar é preciso, estender as mãos também.
Uma mão lava a outra.
Que será de mim sem você e vice-versa?
Voltando à minha individualidade, ao meu eu apenas meu e de mais ninguém, me pergunto quem sou eu.
Quem sou eu?
Na melhor das hipóteses, sou um pouco do todo, de tudo, uma alma que também sabe ser bonita,
que procura se enfeitar e distribuir flores aos navegantes.
Sou um gato curioso, que se enfia em becos sem saída, que busca brechas
pra espiar o alheio. Pequenas fechaduras, olhares e alguns tapas que recebo.
A curiosidade não matou o gato, mas deixou algumas marcas.
Volto a mim mesma.
Sou um prisma que recebe luz e a decompõe. Cores da magia.
Sou um jogo de espelhos. Reflito sempre a mim mesma.
Sou eco e escuro. Eterna solidão em busca de companhias e interações.
Sei dançar, sei apreciar o externo, sei sorrir e agradar, porém continuo sendo vazio
sendo apenas eu e eco, e infinito e solidão.
♥
Da arte da criação
Formas, matérias, palavras, tipos, cores...
Tenho à minha disposição uma gama de ferramentas
Não infinitas, nem talvez o suficiente, mas algumas.
Tenho também alguns amigos, auxiliares, cartas na manga e um pouco de inspiração
Preciso criar. Tenho ânsia louca descontrolada por criar, dar forma
a meus pensamentos e intuições ainda rudimentares, sem formas,
apenas essência , voz, vultos e desejo por existir. Nascimento.
Choro. Existência e vazio.
Poucas definições. Continuo querendo, dando murro em ponta
de faca. Quero criação, quero perfeição, sabedoria
e finalização.
Então eu crio. Escolho palavras minimamente acertadas,
minimamente bonitas. Sonoridade.
Ficou bom? Como saber se consegui meu melhor?
Alguém faria melhor?
Joguei no papel, botei cor. Cores são necessárias.
Brinquei de escrever.
E espero resultados.
Tenho à minha disposição uma gama de ferramentas
Não infinitas, nem talvez o suficiente, mas algumas.
Tenho também alguns amigos, auxiliares, cartas na manga e um pouco de inspiração
Preciso criar. Tenho ânsia louca descontrolada por criar, dar forma
a meus pensamentos e intuições ainda rudimentares, sem formas,
apenas essência , voz, vultos e desejo por existir. Nascimento.
Choro. Existência e vazio.
Poucas definições. Continuo querendo, dando murro em ponta
de faca. Quero criação, quero perfeição, sabedoria
e finalização.
Então eu crio. Escolho palavras minimamente acertadas,
minimamente bonitas. Sonoridade.
Ficou bom? Como saber se consegui meu melhor?
Alguém faria melhor?
Joguei no papel, botei cor. Cores são necessárias.
Brinquei de escrever.
E espero resultados.
♥
Os 12 signos celestiais
Arianos dão bons experimentadores (e sempre se dão mal)
Taurinos, bons escritores e analistas diversos
Geminianos, bons curiosos
Cancerianos, bons amigos e confidentes
Leoninos, bons comandantes
Virginianos, bons amantes
Librianos, bons hedonistas
Escorpianos, bons amantes. Muito bons.
Sagitarianos, bons loucos e desenfreados
Capricornianos, bons ranzinzas
Aquarianos, bons insatisfeitos
e por fim,
Piscianos bons em sonhos.
Taurinos, bons escritores e analistas diversos
Geminianos, bons curiosos
Cancerianos, bons amigos e confidentes
Leoninos, bons comandantes
Virginianos, bons amantes
Librianos, bons hedonistas
Escorpianos, bons amantes. Muito bons.
Sagitarianos, bons loucos e desenfreados
Capricornianos, bons ranzinzas
Aquarianos, bons insatisfeitos
e por fim,
Piscianos bons em sonhos.
♥
Uma declaração de amor para alguém
De dentro de meu próprio círculo e cataclismas individuais eu te observo
branco, claro, límpido como um feixe angelical.
Observo teus passos, teus erros e acertos, desejos, piscar de olhos..
Azuis. Olhos azuis...
Vejo teu andar desajeitado, cambaleios, desajeitos
Forte como um trovão,
fraco como um pecador.
Quero te tocar, beijar, abraçar, sentir gostos e salivas.
Doce e amargo, perfume e também fedor.
Harmonia e desarmonia.
Centelhas índigas, centelhas de amor.
Tua fraqueza em minha fraqueza
não é mais fraqueza
e sim força multiplicada
tentativas de soma eterna
Sonhar junto, beber do impossível,
tecer pequenos milagres cotidianos.
Vivendo do pouco, construindo o grande
indestrutível, imenso e eterno.
Força, mola mestra, impulso e desejo.
Brincando de ser poeta, falo de amor e também do
que não conheço e do que não sei e do que não quero
apenas do que desejo
conhecer.
Do ordinário desejo o âmago
a pureza, o tempo que não existe
congelado, petrificado
e o amor.
branco, claro, límpido como um feixe angelical.
Observo teus passos, teus erros e acertos, desejos, piscar de olhos..
Azuis. Olhos azuis...
Vejo teu andar desajeitado, cambaleios, desajeitos
Forte como um trovão,
fraco como um pecador.
Quero te tocar, beijar, abraçar, sentir gostos e salivas.
Doce e amargo, perfume e também fedor.
Harmonia e desarmonia.
Centelhas índigas, centelhas de amor.
Tua fraqueza em minha fraqueza
não é mais fraqueza
e sim força multiplicada
tentativas de soma eterna
Sonhar junto, beber do impossível,
tecer pequenos milagres cotidianos.
Vivendo do pouco, construindo o grande
indestrutível, imenso e eterno.
Força, mola mestra, impulso e desejo.
Brincando de ser poeta, falo de amor e também do
que não conheço e do que não sei e do que não quero
apenas do que desejo
conhecer.
Do ordinário desejo o âmago
a pureza, o tempo que não existe
congelado, petrificado
e o amor.
♥
Desejos e expectativas
As coisas não são perfeitas simplesmente por assim serem, mas por terem a incapacidade de atender por inteiro nossos desejos e expectativas.
♥
sexta-feira, 8 de julho de 2011
Asas da liberdade
Um frio quase alemão, coração na mão.
Acordo num sobressalto, um pulo, um susto, um apagão.
Levanto, acordo, não sei bem onde estou.
Acordada? Dormindo? Anestesiada?
Me sinto em transe. Volto a dormir.
Minha alma dança descompassadamente.
Vago por entre espaços vazios,
pequenos caminhos, túneis,celas, dimensões paralelas
Busco sentidos
Ouço ecos e mais ecos...
Nada.
Nada mais existe. Apenas eu mesma e algumas migalhas que não me servem mais.
Andar cansa.. Preciso de asas, asas de ouro, indestrutíveis
Asas da liberdade
Preciso de inspirações
Pessoas não me inspiram mais.
Quero deuses, semi-deuses, quero perfeição, quero cor, luz,dourado, movimentos harmônicos.
Viver do erro é o caminho mais fácil. Viver da escuridão é o normal.
Mas preciso e mereço mais.
Criar corpo, alma, casca e coração.
Então eu me crio e me recrio. Eu sou o deus em mim mesma.
Posso ser boa, posso ser má. Posso ser amiga e posso ser inimiga.
Posso escolher o bom e posso escolher a ilusão.
Então eu desço. E me recrio.
E subo, busco inspirações.
E continuo neste eterno ciclo labiríntico sem fim
que se chama matéria.
Quero asas, liberdade, compaixão.
Asas eu tenho.
E vôo...
Acordo num sobressalto, um pulo, um susto, um apagão.
Levanto, acordo, não sei bem onde estou.
Acordada? Dormindo? Anestesiada?
Me sinto em transe. Volto a dormir.
Minha alma dança descompassadamente.
Vago por entre espaços vazios,
pequenos caminhos, túneis,celas, dimensões paralelas
Busco sentidos
Ouço ecos e mais ecos...
Nada.
Nada mais existe. Apenas eu mesma e algumas migalhas que não me servem mais.
Andar cansa.. Preciso de asas, asas de ouro, indestrutíveis
Asas da liberdade
Preciso de inspirações
Pessoas não me inspiram mais.
Quero deuses, semi-deuses, quero perfeição, quero cor, luz,dourado, movimentos harmônicos.
Viver do erro é o caminho mais fácil. Viver da escuridão é o normal.
Mas preciso e mereço mais.
Criar corpo, alma, casca e coração.
Então eu me crio e me recrio. Eu sou o deus em mim mesma.
Posso ser boa, posso ser má. Posso ser amiga e posso ser inimiga.
Posso escolher o bom e posso escolher a ilusão.
Então eu desço. E me recrio.
E subo, busco inspirações.
E continuo neste eterno ciclo labiríntico sem fim
que se chama matéria.
Quero asas, liberdade, compaixão.
Asas eu tenho.
E vôo...
♥
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